O "rastro digital" torna-se um dado extremamente relevante para garantir a continuidade assistencial e a interoperabilidade na área da saúde.
A prestação de serviços de saúde está mudando dinamicamente e enfatizando cada vez mais, a importância da colaboração entre vários prestadores de serviços ou unidades no que se diz respeito à disponibilidade dos dados de atendimento dos pacientes.
Os “rastros digitais”, ou seja, a coleta de informações dos pacientes e cidadãos que são atendidos em unidades de saúde, auxiliam os gestores no planejamento das ações e na distribuição correta e otimização dos recursos. Porém, ainda percebemos que poucos dados são compartilhados e que há necessidade de maior integração na troca de informações entre estes diferentes estabelecimentos de atenção à saúde. O “rastro digital” do paciente torna-se um dado extremamente relevante para garantir a continuidade assistencial e a interoperabilidade no mercado da saú, proporcionando ganhos efetivos e aumento de eficiência no atendimento prestado à população, é o que declara o presidente da Duosystem, João Paulo Baptista Campi.
Por isso, há atualmente, vasta busca por uma abordagem centrada no paciente, baseada em padrões abertos à interoperabilidade e colaboração de assistência. É necessária uma abordagem neutra em relação ao fornecedor para desbloquear os dados do paciente, que se encontram espalhados por sistemas proprietários mal integrados.
A utilização de diferentes recursos tecnológicos e os investimentos realizados no setor da saúde proporcionaram uma evolução significativa nos processos de trabalho ao longo dos últimos anos. Assuntos como interoperabilidade, inteligência artificial, blockchain, telemedicina e outros, têm pautado o debate constante na área. “Nesta linha, verificamos a importância do processo de coleta de dados e os benefícios de sua correta utilização”, diz Jair Francisco Pó, vice-presidente da Duosystem.
Podemos verificar que há uma tendência nas comunidades médica e de tecnologia em saúde no desenvolvimento de um padrão de informação clínica que já é amplamente divulgado, o HL7 FHIR, adotado e utilizado em outros lugares do mundo, tais como Europa, Estados Unidos e Oceania. A implantação deste modelo visa estabelecer um conceito para a criação de um Histórico Clínico Digital (HCD), nucleado no paciente/cidadão, ferramenta determinante para alcançar a interoperabilidade. A interoperabilidade é conhecida por ser um repositório que contém as informações de saúde referentes a determinado paciente, por exemplo. Os dados são coletados através do “rastro digital”, ou seja, por meio de uma informação extremamente relevante para a continuidade assistencial.
“Ao avaliarmos o cenário no mercado da saúde, podemos nos deparar com inúmeras vantagens que a utilização deste facilitador pode proporcionar”, destaca Jair Francisco Pó. O Histórico Clínico Digital possui 3 objetivos principais:
1) Levar a informação clínica relevante do paciente até o profissional clínico, online, através de um visualizador clínico especializado, configurável e responsivo, que apoia os profissionais clínicos e permite a pesquisa pelo conteúdo desejado. A visão do sumário das informações clínicas garante, através de um único clique, maior conhecimento para a tomada de decisão, impactando diretamente na otimização dos recursos, redução do excesso de demanda e aumento da eficiência no atendimento prestado à população.
2) Empoderar o cidadão com acesso ao seu prontuário na palma da mão – O HCD estará disponível através de um portal que pode ser acessado por qualquer dispositivo, computador, tablet ou celular. É o espaço digital para consulta e utilização de suas informações pessoais de saúde de forma segura e confidencial. A solução garante o empoderamento do paciente, proporcionando a realização de consultas e agendamentos e incentivando sua responsabilidade e participação cidadã nos assuntos relacionados à sua própria saúde.
O paciente poderá ter acesso a dados sobre resultados de exames de laboratório e radiológicos, medicamentos utilizados, vacinas e cirurgias. O acesso aos próprios dados permitirá que o cidadão se torne mais ciente e engajado nos processos de cuidados, aumentando sua aderência ao plano terapêutico, facilitando assim, a continuidade do cuidado e a resolutividade dos problemas. Isso evita que o paciente transporte sua própria documentação e melhora a comunicação e interação com os profissionais de saúde de qualquer ponto de atenção.
3) Apoio aos profissionais de saúde da família e aos gestores – A consolidação das informações, centrada nos indivíduos, proverá às equipes de saúde da família, um ferramental de saúde populacional, permitindo maior efetividade e assertividade, assegurando o serviço adequado a cada parcela da população atendida. Além disso, garante melhor gestão clínica, através das tecnologias de gestão da condição de saúde e de caso, de auditoria clínica e da fila de espera. Outro diferencial do HCD é que os gestores podem realizar o acompanhamento com painéis de controle clínico e de gestão populacional. As ferramentas analíticas proporcionam aos gestores, o acesso às informações estruturadas, auditoria clínica, análise epidemiológica e de indicadores, planejamento e determinação de prioridades das ações de saúde.
Para Jair Francisco Pó, no aspecto tecnológico, o HCD, através do uso efetivo destas informações, irá contribuir para a melhoria dos atuais sistemas de informatização, assim como, subsidiará o planejamento para a evolução dos mesmos, tanto em relação ao aumento de cobertura quanto ao conteúdo clínico, proporcionando ganhos significativos no crescimento das informações coletadas. A consolidação das informações e o uso de ferramentas analíticas permitirão maior conhecimento para a tomada de decisão e formulação de políticas públicas, em diversos níveis de gestão, planejamento e avaliação pelos órgãos controladores dos dados. Outra vantagem está relacionada a compatibilidade da solução com tecnologias distintas. “O uso do HCD favorece aos profissionais clínicos e assistenciais, a interação por telemedicina e tele assistência, mecanismos de troca de informações entre médicos, pacientes e outros profissionais de saúde situados em locais distantes”, declara João Paulo Baptista Campi.
É preciso reconhecer os benefícios que o HCD proporciona. A interoperabilidade e a adoção do conceito de Histórico Clínico Digital são assuntos em pauta e que merecem toda a atenção das empresas que atuam no setor. “Inovação é a palavra do momento e nós não podemos parar. Adiante.”, conclui Jair Francisco Pó.